Os evangélicos do grupo gospel Ministério Dikaios também apostam na função social do hip hop. Atualmente, desenvolvem trabalhos em três bairros com um grupo de apoio a dependentes químicos.
– Estamos aí pela cultura hip hop mesmo, é uma persistência. Hoje, a gente fala nas músicas o que realmente vive – comenta o DJ Hood, do Ministério Dikaios.
Em Caxias, aliás, há pelo menos outros cinco grupos/artistas representantes do rap gospel: Promessias, Tementes, Éfeso, Mauricio Lopes e VCD.
Talvez uma das coisas mais bacanas das oficinas seja perceber o reflexo na vida de quem participa. Em 2004, o DJ Hood ministrou uma oficina no Centro Educativo Cruzeiro do Sol, no bairro Cruzeiro. No meio da gurizada estava Geovani De Gregori, hoje com 20 anos. O garoto se encantou por um dos elementos do hip hop: a dança.
– Foi meu primeiro contato com a cultura hip hop. A partir dali, lembro que nas horas de lazer no Centro eu ficava tentando fazer passos – conta Geovani.
Geovani virou profissional, de nome artístico Ge Break. Há dois anos, ministra oficinas, numa demonstração real de como o círculo de intenções se cruza. Outro fruto de oficina é o hoje DJ profissional César Vinicius Ribeiro Massing, 27. O cara toca com os grupos Poetas Divilas e Diagnóstico Urbano, está se formando em Publicidade e Propaganda pela UCS e integra o Instituto Naumild Inventos e Eventos, que atua na geração de trabalho e renda para a juventude por meio da cultura.
Época de preconceito
Já na década passada, Caxias viu o primeiro evento grande da chamada Família Hip Hop. MV Bill e Nega Gizza foram as atrações da festa, que ocorreu nos Pavilhões da Festa da Uva, em 2003, conforme informações do DJ Hood. Nessa noite, aconteceu ainda o lançamento da primeira compilação de rap feita na cidade, batizada de Maloka na Rima. Na época, também estava na ativa a primeira cooperativa de produção ligada ao hip hop caxiense, que durou pouco mais de um ano.
– Lembro que conseguimos mapear alguns artistas, vários grupos nasceram daquela febre do início dos anos 2000. Hoje não temos mais uma organização, mas muita gente está fazendo, vai atrás, acredita, é persistente – comenta Leléco, que além de MC é funcionário do Departamento de Arte e Cultura Popular, da Secretaria Municipal da Cultura.
MV Bill lembra do show fraco da época e do preconceito que pairava sobre o movimento.
– Foi uma experiência esquisita, estranha. Rolou uma boataria de que nossos shows eram muito violentos, que as pessoas poderiam sofrer violência. Agora tenho acompanhado pela internet que a vibe que rola na cidade é completamente diferente. É uma quebra de paradigma de ambos os lados – diz o rapper carioca.
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,3725779,1232,19398,impressa.html
É isso aí manos, continuem sem perder o foco que é Jesus e Ele os colocará em lugares altos.
ResponderExcluirAmamos vocês! Fer e Tiago Prado